Motel dos mal amados

Acabou de se dar um acidente aqui em frente ao MOTEL...

Dona Ludovina, acabou de ser trocidada pelo camião tir do Camixa Espanhol, ele está de cabeça perdida, nunca pensou que ao acordar hoje de manhã teria uma hora de almoço tão transtornada...

Batiam as 11:30h da manhã no meu relógio de pulso, Ludovina, viúva de Josué Gato, cumpria mais um dia de romaria á campa do seu estimado esposo no cemitério da cidade, olha com atenção para o semafro que passa nesse exacto momento a verde e prepara-se para atravessar a avenida, com o ramo de margaridas brancas na mão, as preferidas do seu defunto marido. Conforme põe o pé na estrada apercebe-se que se aproxima um camião, mas pensa ingénua, que será capaz de atravessar antes de ele chegar ao semafro, ao volante vem Camixa Espanhol, camionista experiente, tanto na condução como na arte de amar... (diz-se por ai que é visto com frequência no parque de merendas abandonado da estrada nacional, onde faz favores sexuais aos seus namorados de ocasião) Voltando ao trágico acidente, Ludovina não consegue atravessar a tempo e Camixa também não consegue travar a tempo, sente um solavanco, outro e mais outro, debaixo do seu camião, e é ai que se apercebe que trocidou completamente aquela velhota que observara por minutos a atravessar a estrada com um enorme ramo de flores, de tonalidade branca, pensa ele...

Ludovina, descansa agora em paz na companhia do seu esposo, num cemiterio algures numa cidade alentejana...